- Educação;
- Saúde;
- Segurança Social;
- Serviços Públicos e administrativos;
- Serviços de Finanças que apenas funcionam por marcação e que apenas praticam determinados atos, como receber pagamentos, “à quarta-feira de manhã”;
- Conservatórias do Registo Predial que, mesmo vazias, só praticam determinados atos por marcação, não dão senhas aos cidadãos “a partir do meio dia” e cujas funcionárias não se encontram nos respetivos postos de trabalho porque, naturalmente, não há cidadãos para atender porque provavelmente não era “terça ou quinta à tarde”;
- Mesmo com marcação, o ato frequentemente não é realizado porque estão “Sem sistema”;
- Impossibilidade de marcar uma reunião com os Conservadores, que sempre receberam os cidadãos – agora é necessário enviar um email para fazer marcação, email esse ao qual ninguém responde;
- Telefonar para um serviço público é perda de tempo, pois ninguém atende; Qualquer requerimento que se faça tem logo várias dificuldades levantadas para evitar a receção do mesmo e só com a invocação da Lei é que o requerimento dá entrada. Não sem a devida ameaça póstuma de que “irá demorar muito tempo a apreciar”. No fundo criaram-se barreiras burocráticas ilegais para não se servir o cidadão. O que se passa com estes serviços públicos? A pandemia já acabou e ainda exigem marcação para tudo e para nada com as salas vazias? Estes serviços existem para servir a população, não para se servirem a eles mesmos. O que fazer perante tal situação? Aparentemente, nem a Provedoria da Justiça, que tem recebido várias reclamações sobre estas questões, consegue fazer alguma coisa. As corporações, sindicatos e interesses são fortes e fazem o que querem dos serviços públicos. Aos cidadãos, apesar da ilegalidade da situação, pouco resta, pois em qualquer reclamação é o próprio órgão que a aprecia e claro que a decisão é desfavorável ao cidadão. Já o recurso aos Tribunais Administrativos demora anos e ninguém quer gastar tempo e dinheiro. Os portugueses estão com uma carga fiscal prestes a chegar aos 40% e da parte do Estado não há um mínimo de respeito pelas funções mais básicas que devia prestar. Os serviços públicos estão completamente capturados pelos interesses dos próprios e não servem o cidadão. Pede-se ao Estado que cumpra o mínimo dos mínimos e tal não está a acontecer.
Publicado no Observador