Skip to Content

Não pode haver “mas”

Opinião de Luís Nobre Lucas no Observador
O Hamas deixou claro no dia 7 de outubro que não é um partido, não é um governo, é um grupo terrorista. Para o terrorismo só há uma resposta. A que foi dada à Al Qaeda e ao Estado Islâmico. Voltará a haver o tempo de estudar o conflito que se arrasta entre árabes e judeus no Médio Oriente desde 1890, muito antes da existência dos Estados da Palestina e de Israel. Voltará a haver o tempo de perceber porque foi que sucessivas resoluções e acordos, desde a Declaração Balfour em 1917 até aos cessar-fogos de 2006, 2010 e 2021, foram sistematicamente violados por ambas as partes. E voltará a haver o tempo de discutir porque motivo o mapa proposto e aprovado pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 1947 não foi respeitado nem pelos próprios nem pelos países vizinhos. Este não é esse tempo. Perante a barbárie só pode haver uma resposta. Execuções sumárias de centenas de civis não se relativizam. Raptos, violações e tortura não se explicam nem se justificam. Condenam-se. Firmemente, veemente, inequivocamente. Se dúvidas houvesse, o Hamas deixou claro no dia 7 de outubro que não é um partido, não é um governo, é um grupo terrorista e tem de ser tratado como tal. Para o terrorismo só há uma resposta. A mesma que foi dada à Al Qaeda e ao Estado Islâmico. O combate sem tréguas até à aniquilação. E não é só pela sobrevivência de Israel e dos israelitas. É também e sobretudo pela sobrevivência da Palestina e dos palestinianos. Haverá com certeza mortes civis a lamentar. Mas a responsabilidade por essas mortes deverá ser imputada a quem escolheu o dia em que começaria a guerra, a quem sistematicamente se esconde entre civis e os instrumentaliza para conseguir chocar a opinião pública, ao Hamas e aos países que o apoiam e financiam. Até agora, estes só tiveram vitórias. Conseguiram perpetrar o maior ataque terrorista da história de Israel. Conseguiram interromper a normalização das relações entre Israel e os países vizinhos: Egito; Marrocos; Emirados Árabes Unidos; e Arábia Saudita. Conseguiram até cancelar a visita do presidente americano à Jordânia, forjando um ataque de Israel a um hospital, que nunca aconteceu. No final desta guerra, ou o Hamas desaparece do mapa ou sairá fortalecido. Esperemos pois que se concretize a primeira.
Publicado no Observador
Não pode haver “mas”
Luís Nobre Lucas 10 de novembro de 2023
Partilhar este artigo
Etiquetas
Arquivo
Cultura copo de água
Opinião de Catarina Duarte Amaral no Observador