Com tanta coisa boa que se faz pela Europa fora, temos este triste hábito de só sermos capazes de importar o que não presta. Estes ativistas da Climáximo e da Greve Climática têm manchado o nome do combate contra as alterações climáticas, acabando por ser prejudiciais à causa que advogam. Merecem repúdio por isso.
Mas repúdio maior merece ver alguns socialistas agora indignados com a atuação destes pseudo-ambientalistas. Ainda há dois anos atrás não se coibiram de dar um lugar de vereação na maior câmara do país a uma ativista climática que tem usado o lugar no executivo para fazer propostas tão estapafúrdias como a eliminação dos combustíveis fósseis em dois anos que estes coletivos agora nos propõem. Isto enquanto atacam obras de arte e fingem que se colam a tudo e mais alguma coisa. Na altura, para tentar manter o controlo da câmara valia tudo. O apoio do Livre e os votos que daí viriam foram considerados motivos suficientes para dar a mão a extremistas climáticos.
Quanto ao mal que uns e outros infligem à sociedade, convenhamos, é relativo. Os ativistas, o máximo que conseguiram até agora foi parar a segunda circular durante cinco minutos. Os socialistas conseguiram parar o crescimento económico do país durante vinte anos e ninguém parece muito preocupado com isso.
Agora que está em curso a preparação de mais uma coligação de esquerda e extrema-esquerda para concorrer à Câmara de Lisboa, esperemos que a lição tenha sido aprendida (é pouco provável!). É que estes vespeiros têm vida própria e quem tenta instrumentalizá-los acaba frequentemente ferroado.
Publicado no Diário de Notícias