Muito se tem falado nos últimos dias sobre o índice de produtividade em Portugal, que em comparação com a média da União Europeia (UE) fica mal na fotografia.

Na última década, Portugal tem apresentado níveis de crescimento da produtividade do trabalho comparativamente inferiores à generalidade dos países da UE, o que constitui um desafio substancial para o crescimento económico e para a competitividade da economia portuguesa. Muito resumidamente a produtividade (importa não confundir com produção) foca-se na relação entre alcançar um resultado e o tempo necessário para alcançá-lo, no fundo é a relação entre input / output em termos de trabalho produzido.

Diretamente relacionado com o índice de produtividade, Portugal é o vigésimo país da UE com o nível de rendimentos mais baixos, existindo ainda na UE quatro países em que trabalhadores com menores qualificações têm salários, em média, superiores aos trabalhadores portugueses com qualificações mais elevadas. Importa ainda referir, que, também na última década, o salário real dos portugueses com ensino superior baixou em cerca de 11%.

Mas, então, qual é o denominador comum e o vetor que faz aumentar a produtividade e consequentemente o nível de rendimentos de um país? São as qualificações, as competências e a formação que beneficiam não só os indivíduos enquanto cidadãos, mas também a sua situação profissional e salarial, o que culmina num aumento de produtividade e num crescimento económico em geral. Existe, portanto, uma relação direta entre produtividade e educação.

A educação, sendo um dos motores e fatores críticos de sucesso para o desenvolvimento e crescimento de qualquer país, devia ser, por conseguinte uma das áreas prioritárias e de aposta na definição estratégica de um orçamento de estado, de forma consistente, estruturada e duradoura no tempo, porque em educação nada se faz de um dia para o outro. São alterações sistémicas que implicam ciclos de vários anos para se obter o retorno esperado.